Pesquisa Flecha Livros

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A Internet está Matando a Cultura?

A Internet está Matando a Cultura?


republicado a partir do artigo "Is the Internet Killing Culture" publicado no Blog :


http://www.theblogofinnocence.com/2009/05/is-internet-killing-culture.html



Eu tenho uma confissão à fazer.

Eu não tenho sido incapaz de terminar a leitura de um livro inteiro à três meses.

Minha compulsiva e ardente participação na Internet, escrevendo blogs, comentando, publicando poemas e lendo o trabalho dos outros parece ter alguma coisa haver com isso.

A maior parte das minhas leituras esses dias tem se restringido as bem-escritas colunas do The New Yprk Times. Eu sou um entusiasta do New York Times e ler jornais coincide perfeitamente com minha pequena porção de concentração.

Há algumas semanas atrás cresceu meu interesse sobre o fenômeno do “amadorismo em massa” (mass amateurism) na Web e eu espera investigá-lo. Eu perguntei a alguns blogleiros proeminentes especializados em literatura, Nigel Beale do Nota Bene Books e Andrew Seal do Blographia Literária, para escrever ensaios para o Webzine (fanzine na Web) de Arte e Cultura chamado “Escape into Life”, que eu edito.

No ensaio de Nigel é citado o autor Andrew Keen que escreveu o livro “The Cult of the Amauter: How the Internet is killing our culture” (tradução livre para o Português: A Cultura do Amador: Como a Internet está matando nossa cultura. ) E não desejo citar Keen aqui novamente por causa do título desse texto. Desejo somente responder a essa questão baseado na minha própria experiência de um punhado de anos, e como meu comportamento tem mudado em resposta ao meio que é a Internet.

Durante meu avanço no colégio, eu escarafunchava a literatura como se fosse um esporte de contato, devorando os clássicos com fervor e intensidade. Eu formei-me em Inglês, que me deu algum pano de fundo na leitura desses autores, mas eu gastei parte de meus estudos também na leitura dos clássicos europeus cuja maioria não era dado conhecimento nas disciplinas do colégio.

Eu amor o realismo francês e o russo. Eu louvo a força imaginativa, a habilidade desses grandes autores de criar mundos dentro de sua ficção. Meus favoritos eram Balzac, Flaubert, e Zola, na tradição francesa, e Turguenieve, Tolstoi, Tchekov na russa.

O realismo literário tornou-se meu ópio. Eu via-me capaz de viver nele para sempre, indulgente nesses belos e convincentes mundos. Intoxicado eu gastava dias na biblioteca lendo, perdendo o compasso do tempo e esquecendo qualquer coisa que tinha feito-me sofrer na vida trivial.

Os dias da intoxicação literária podem ter acabado, entretanto. Eu relembro, com um pouco de nostalgia deles, mas não posso adentrar naqueles mundos novamente. Eu me recuso a abandonar-me neles, eu não tenho a paciência para ler a meticulosa descrição de Zola ou a épica condução dos personagens e eventos em Tolstoi.

O que acontece desde então? Eu teria mudado? E teria perdido minha abilidade de mergulhar na literatura e na arte?

A Internet mudou definitivamente o modo com leio e o que eu leio. Mas ela mudou também minha visão de mim mesmo como um passivo recebedor de “culturapara um ativo participante e criador dela.

De várias formas, eu tornei-me o exemplo perfeito de artista amador da Web. Eu publico qualquer coisa, poesia, ensaios, novelas, muitas vezes como meros rascunhos. E como vários blogueiros, tenho um frisson pela liberdade de expressar meus pensamentos, minhas impressões e minha arte.

Eu me lembro fortemente de um professor de escrita criativa do colégio uma vez dizendo para mimdepois que eu anunciei a ele meu desejo de ser um escritor profissional – “Você não publicará nos próximos de dez anos. Eu posso ver seu cadáver.”

E então, agora com uma certa exuberância e desobediência eu publico livremente na Web, tudo, com o apertar de um botão.

Para mim, a proliferação da expressão artisitica, os vídeos do YouTube, os romances online, o conjunto de poesia ruim, não pode ser considerado como uma perda ou diminuição da cultura mas como uma reformulação dela.

Mais artistas, mais cultura.” Eu digo – mesmo se a grande maioria desses artistas são inexperientes e despreparados. O ato individual de criatividade, é isso que é importante, e com mais pessoas criando, eu vejo o fenômeno do amadorismo em massa como benéfico.

O romance que estou lendo agoraquando eu tenho tempo para ler – chama-se Jeff in Venice, Death in Varanasi (Jeff em Veneza, Morte em Varanasi) Desde que eu perdi minha concentração para ler a literatura clássica ela ficou mais próxima das necessidades das novelas contemporâneas e com literatura não ficcional. Qualquer observador casual do romance de Geoff Dyer reconhecerá que ele não é Balzac, nem Tchekov, nem Flaubert. Os romances contemporâneos são infinitamente mais fáceis de se ler do que os clássicos, especialmente aqueles que aparecem na lista dos mais vendidos do New York Time.

Traduzido do Blog:

http://www.theblogofinnocence.com/2009/05/is-internet-killing-culture.html

Continua o artigo... publicaremos em breve o resto da tradução.

Um comentário:

Blog of Innocence disse...

This is a great honor. You are the first author to translate one of my essays. I will never forget this.

Chris/Lethe

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Literature Business Directory - BTS Local Entertainment Blogs - BlogCatalog Blog Directory Divulgue o seu blog!