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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


1. Patricia Highsmith
A mestra iconoclasta da amoralidade

Os 50 Maiores Escritores de novelas de Mistério e Crime de todos os tempos.

Macel Berlins

Ela quebrou a maior parte das diretrizes que governam a escritura de ficção criminal. Ela não usou nenhuma das formulas usuais. Não há aqui nenhum polícial heroico, duros olhos privados e rastros amadores; frequentemente não há mistério e portanto não há solução; o bem não necessariamente triunfa sobre o mal.

Graham Greene acertou quando escreve “ela criou um mundo todo seu, claustrofóbico e irracional, no qual nos entramos dota vez com um sentido de perigo pessoal.” Sua primeira novela, Strange on a Train (1950), introduz essa atimosfera ameaçadora que permanecerá por todos os seus livros. Dois homens entram num trem. Um tem uma boa razão para matar sua mulher, o outro seu pai; eles trocam o encargo de realizar os assassinatos, de forma que nunca haveria um motivo descoberto para esses assinatos. Na voz de um de seus personagens, Highsmith posiona-se como uma linha filosófica que passa através de sua obra. “Qualquer tipo de pessoa pode assassinar. Puramente pelas circunstâncias e não uma coisa que se faz com temperamento. As pessoas conseguem tanto – e isso dá exatamente a última pequena coisa que arrasta-as sobre a margem. Qualquer um.” Também é discernível em suas obras a ambiguidade sexual que está presente em parte de várias de suas últimas obras. Não confundamos a novela com o filme que Alfred Hitchcock fez dela ( para o que Raymond Chandler escreveu uma primeira versão do roteiro). O filme transcorre dentro de um final feliz tanto quanto o livro.

Os cinco livros de Tom Ripley estabeleceram Highsmith como uma verdadeira originalidade na ficção criminal,e uma soberba escritora. O primeiro, The Talented Mr Ripley (1955), introduz o charmoso, belo, bissexual, consciência limpa trapaceiro que tronará-se um assassino. Ele é amoral e psicopata. Ainda, para ficar ainda mais repulsivo, ele emerge como um simpático, tão atrativo, caráter.

Higsmith choca pelo desdes que ela aparenta ter pelas fronteiras morais, que os outros crime writers sentem medo de observar. Não é justamente que Tom Ripley consegue por fora com assassino e uma larga carreira de pequenos crimer.

Escapar da justiça não é muito incomum na ficção criminal. Onde o herói de Highsmith difere é que não há nenhum golpe que ele poderá receber em retribuição aos seus pecados; nem há nenhuma questão de redenção. Mas o que choca tanto mais na indiferença de Ripley é a tácita aprovação de Higjsmith disso. Sua amoralidade pode inquietar os leitores, mas ela é fácil com isso, tão agradável que ele tinha bem sucedido mais uma vez no resultado das forças do bom e do normal. Isso é porque, eu acredito, o público americano nuca deu a aclamação e reconhecimento que ele teve na Europa. Eles acham-na muito desconfortante. Ela mudou-se para o continente mais receptivo nos anos 60, morrendo na Suíça em 1995 com 74 anos de idade.


Não requer muita profundidade de análise para atribuir as complicações e contradições de Hihgsmith à uma infeliz e traumática infância, seguida por uma vida marcada pelo insucesso de relacionamentos homosexuais e apaixonados, alcoolismo, solidão e hábitos excêntricos. Sua angustia pessoal era instrumental em torná-la na escritora que foi, a maior de todos os escritores de ficção criminal.

Seus amores estranhos: caracóis e aguarrás

Patricia Highsmith tinha um intenso e tulmutuosos relacionamento com sua mãe, Mary, que tinha tentado abortá-la tomando aguarrás. Ela disse depois: “É engraçado você adorar o cheiro de aguarrás, Pat.”

Em final dos seus vinte anos ela apaixonou-se por uma mulher casada, que ela vislumbrou em uma seção de brinquedos da loja de departamento de Nova Yorque Bloomingdale’s. As duas jamais se encontraram, mas Highsmith baseou a personagem central de The Price of Salt nela.
Highsmith usou o pseudônimo de Claire Morgan para sua controversa novela lésbica, que foi publicada em 1954. Ela foi novamente publicada como Carol, somente depois com o verdadeiro nome da autora.

Ela amava animais, incluindo caramujos, que ela tratava como animais de estimação. De acordo com Andrew Wilson na sua biografia sobre Highsmith, Beautiful Shadow, ela uma vez abriu sua bolsa em uma cocktail para revelar uma cabeça de alface e mais de 100 dessas criaturas, e quando ela mudou-se para a França ela contrabandeou eles dentre do pais, em bandos, sob seus seios.

Highsmith deixou seus $3 milhões de dólares de propriedade para um refúgio de artistas em Saratoga Spring, Nova Yorque, onde ela escreveu Strangers on a Train.

Farley Granger sobre Patricia Highsmith

“Quando Hitchcock me contou o enredo de Strangers on a Train, eu fiquei facinado. Os filmes naquela época, particularmente de mistério, era muito simples, mas esse era muito mais complicado; os jogos psicológicos eram todos fascinantes. Há toda aquela discussão da relação homoerótica entre os garotos: isso nunca tinha sido discutido no início dos anos 50.

Era esse tipo de personagem que Patrícia Highsmith tinha escrito através dos anos, Ripley em particular, isso é único. Ela te dá um monte de quartos para encher com um monte de porquês e para quês e o que poderia ter sido. Ela te dá liberdade.”

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